quarta-feira, 29 de junho de 2011

Duas semanas





Duas semanas de dieta.
Ainda não entrei em desespero.
Ainda não matei ninguém. Nem cortei os pulsos.
Acho que o remédio da tireóide está fazendo efeito, tenho suado menos e dormido melhor.
Estou (um pouquinho, cadiquinho, tiquinho de nada) menos mal humorada.

Pensando em dieta lembrei-me de uma amiga do hospital. A Maria vivia em dietas. E as dietas dela eram clássicas: Todos os plantões de manhã ela tirava da bolsa um saco de pão de forma Integral, e um copo de requeijão ligth, e uma caixa de suco de soja.
E comia TUDO. Mas não sobrava nem aquela casca do pão de forma.
No lanche, segundo o papel da dieta que ela andava pra cima e para baixo com ele, constava que ela podia comer frutas e iogurte diet. Pois bem, Maria comia meia banda de melancia, uma penca de sei lá quantas bananas, um abacaxi inteiro... E a garrafa de iogurte.
Olhei o papel da nutri, e estava escrito lá: frutas a vontade e iogurte diet. Frutas a vontade para ela devia significar comer a banca da feira. E como a nutri não escreveu “um copo de iogurte”, Maria achava que podia tomar a garrafa.

Isso no hospital, nem imagino a dieta dela em casa.

E ela passava os dias reclamando que não emagrecia nada
-Como assim? Eu só como coisa de dieta... Só como frutas...

Sei que quase 8 anos depois, ainda vejo a Maria com o mesmo corpo, e com a mesma dieta...
Pelo menos não engorda mais...

Eu sigo na luta, mh dieta é recomendação médica. Mas sigo certinho... até eu cometer algum crime e qdo for presa alegar desespero alimentar...

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Pega no Flagra (quase)

Esse FDS conversava de madrugada com mh companheira (quem mandou casar com mulher com insônia?) e lembrávamos das aventuras de início de namoro. E quase sempre, sobrava pra quem se dar mal? Você Nem imagina né?
   Era comecinho de namoro, menos de 1mês, tudo era novidade. Tudo era muito mais intenso. Sobretudo pra recém saídas da adolescência.
Ela trabalhava em plantões de 24h, com um paciente particular num grande hospital da Zona Sul. O paciente em estado semi comatoso, não pedia muita atenção, apenas o básico. Diversas vezes eu ia até lá levar algo pra ela comer, e isso antes mesmo de namorarmos. Eu sempre ia num horário que o filho do paciente já havia ido lá, logo, sem perigos.
Vc acha?
Quando eu cheguei, ela estava tomando banho. Ah, claro, por que não entrar no banheiro também? Assim eu fiz. E estávamos começando o amasso, quando, a porta do quarto abre, e a voz do drº Valter (filho do paciente) soa como um trovão:
- vai demorar no banho? Vim trazer as coisas de Papai, que me esqueci de deixar cedo.

PUTZ! E agora? Ela lembrou que ele nunca usa o banheiro, e pediu pra eu ficar dentro dele, pq ele teoricamente, fica pouco tempo. Assim fiquei, com o coração a mil, dentro do banheiro. Quando escutei ele dizer que ia embora:
- To indo, qualquer coisa me liga. Ah, mas deixa eu ir no banheiro lavar as mãos.

Em menos de 1 segundo passaram mil possibilidades na mh cabeça, algumas delas:
  • Pular a janela (ah claro, do 6° andar era uma ótima idéia)
  • Esconder atrás da porta (pequenina assim... não, não, pensa em outra coisa)
  • Dar uma porrada na cabeça dele (no desespero a gente pensa cada coisa...)
  • Entrar no Box.

Pois bem, entrar no Box era a idéia que no momento me pareceu a mais lógica. Mas de pé ele me veria... E aí? Deitei no Chão do Box molhado puxei a cortina (que graças a Deus era fosca) e prendi a respiração.
Lá estava eu molhada, e suada. Desesperada com a situação, e o homem lavando a mão calmamente, ele nunca que desligava a torneira. Quando eu pensei que o horror estivesse no fim, ele resolve urinar.
Afff , ainda essa! Tentava respirar o mais sutil possível. Mas o som do meu coração parecia que ia invadir o banheiro.
E ele lava a mão de novo...

SEIS horas depois (sim, pra mim pareceu isso, imagine pra mh mulher quarto) ele foi realmente embora.

Eu? Ah, eu sobrevivi, claro. E fui pra casa com as costas e a bunda molhada, um crise hipertensiva e com a lição de que nunca mais faria coisas assim.

Peraê, Nunca mais? Depois ainda passei por situações parecidíssimas. Conto numa outra ocasião. 


Juro que pensei que saíria assim do banheiro

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Fantasma do Hospital

Pra quem ainda não sabe, sou de uma raça sofrida e menosprezada: a enfermagem.


Pq sofrida?
Pense em trabalhar em plantões de 12h (geralmente inteiras de pé) , cuidando, tratando, fazendo curativos nas piores feridas imagináveis, trocando fraldas... Enfim, essas coisas que a maioria dos seres mortais não faria. E depois de tudo isso quem recebe os agradecimentos? O médico. Quem ganha beijinho? O médico. Quem ganha presente no fim de ano? O médico. Quem é o grande realizador da cura? O médico. Quem limpa bunda? A enfermagem. (esse parágrafo por si só explica o “Menosprezada” também)
E tudo isso ganhando um salário de fome, que faz vc ter um 2º ou 3º emprego, ou seja, 24h ou 48h direto assim.

Alguns pacientes são inesquecíveis. Alguns momentos idem. Tem paciente que até hj lembro pelo nome, uns pela lição de vida que me passaram (anos trabalhando na enfermaria de doentes crônicos e/ou terminais), outros por momentos hilários.
Em relação a eles tem muita história pra contar, não daria só num post.

Dizem que a enfermaria que trabalhei anos é assombrada. Certa vez eu e mh amiga de plantão havíamos passado as medicações de meia noite. E resolvemos esticar um lençol no chão do posto de enfermagem e deitar um pouco, afinal, as pernas depois de 24h nem respondiam mais. Escutamos os passos de um paciente indo ao banheiro. Eu levantei e não vi ninguém andando, mas vi a luz do banheiro acender.
-Dayse, estranho, ouvi passos, mas não vi ninguém. A luz do banheiro acendeu.
Nesse momento o som da descarga e a luz apagando. Dayse já estava sentada do meu lado para ver quem era no banheiro. E nada. Passaram alguns minutos e Nada.

Fui até o banheiro (quase me cagando de medo) e não tinha ninguém lá. Demos uma volta na enfermaria (juntas e munidas de cabos de vassoura) e todos os pacientes estavam dormindo. Passava de 3h da madruga. Voltamos pro posto e começamos a ouvir gemidos.
-humm
- hummmmmmmmm
- huuuuummmmmmmmmm

Dessa vez nem fomos ao banheiro. Voltamos a olhar os pacientes, e todos dormindo.
Sentamos com nossas armas, digo, vassouras em punho. Até que do banheiro um estrondo aterrorizador, metais e correntes caindo. 
E surge das sombras uma figura de cabelos arrepiados, envolto num lençol.
A essa altura Dayse e eu abraçadas e acuadas, acordamos o hospital inteiro, e em fração de segundos, nossa enfermaria estava cheia de gente. Até que uma boa alma  acendeu a luz. 

E nos deparamos com o paciente do leito 8,  “seu” Jose Segundo (sim esse era o nome dele, o irmão, contam as más línguas era o José Primeiro) enrolado num lençol. 
Todos olhando para nossa cara, atracadas com cabos de vassoura.

Seu José passou minutos reclamando que caiu no Hamper de roupa suja e ninguém foi ajudá-lo, até que ele conseguiu sair de dentro do dito cujo, derrubando as comadres e o carrinho da limpeza. Ele não quis gritar pra não acordar os demais pacientes
(ah claro, a gente Tb nem queria acordar ninguém, foi só um acaso)

Eu literalmente me mijei de rir da situação, e nossos colegas e demais pacientes não entenderam a nossa gritaria. Como explicar o mico? 
Fomos história há dias, quem dirá há anos, e muita gente ainda lembra disso. 

Mas e o que explica o fato de todos os pacientes estarem dormindo nas nossas duas rondas?
Pois bem, a esposa de seu Jose estava dormindo no leito com ele, e qdo ele foi ao banheiro ela continuou deitadinha, porém, coberta dos pés a cabeça. Se estava respirando, pra nós significava paciente vivo.

Depois disso, as nossas noites foram todas com a luz do banheiro acesa, e as vassouras do lado, só pra garantir.



Esse é um Hamper de roupa Suja de hospital 

seu Jose Segundo tinha essa cara, e esse cabelo, a inteligencia... bem... dado o fato dele ter caído num Hamper cheio de roupa de pciente suja...
 

terça-feira, 21 de junho de 2011

Dieta do Mau humor


Estou numa fase terrível da mh vida: A Dieta
Tratamento da Tireóide descompensada, com remédios que me deixam (mais) mal humorada. Tudo é motivo pro meu humor negro, e claro, para minha delicadeza nas respostas.
Estava eu no mercado agora a pouco, na Fila, esperando pra chegar a minha vez, e uma mulher entra na mh frente. Dei aquela tossidinha básica e ela olhou pra mh cara e perguntou:
- ta na fila?
- NÃÃÃÃO... to esperando meu vôo pra São Paulo. Ele já deve estar pousando.

Porra, uma gorda, na fila do supermercado, cheia de produtos ligth e diet na cesta, com certeza é uma serial Killer em potencial.

Enfim, vinha eu caminhando, (afinal, exercício físico né?) com minha sacolinha quase vazia que me custou mais de R$ 60,00, e ao passar na frente de um campo de futebol, perto da mh casa, escuto um berro, dignos dessas mães lavadeiras com a Bacia de roupa na cabeça:

- EEEEENNNNTTRAAAAAAAAA!! Não quero vc jogando bola com os meninos!!!!! Vá Caçar uma menina pra vc andar junto. Ou vai ver televisão.

Eu, que a essa altura parei assustada com o primeiro grito, comecei a procurar o alvo da mãe enfurecida, e me surge do campo uma menina, com aproximadamente 14 anos, com chuteira nas costas e short de jogo, reclama que não vai poder jogar, e manda:

- Posso ir pra casa da Priscila?
- vc só vive na casa dessa Priscila. Só anda com ela pra cima e para baixo.Tudo é grudada nessa Priscila. Tá, vai lá!

E a menina saiu toda feliz, e saltitante pra casa dessa amiga.

Pois bem... Pense comigo: Chuteira, short de futebol, bola com os meninos, e só anda com a amiga? Grandes indícios de sapatonice aguda!!
Depois essa mãe vai querer reclamar, fazer escândalo, espernear, pro pra fora de casa... Dizer que não sabe como isso aconteceu, que a culpa é dela... Essas coisas de mãe.

Mesmo tomada pelo meu mau humor, eu fiquei pensando no fato.
E eu queria ter a oportunidade de dizer a ela no futuro:
- Minha senhora, a culpa não é sua, nem é o fim do mundo. A Sua filha sempre foi Gay, apenas está te contando agora, se vc tivesse a observado mais, não seria um choque hoje...

Muitos de nós trouxe traços desde a infância, alguns se descobriram adultos, mas Fato, é que não dependemos, mas precisamos sempre do carinho da família. Ninguém morre sem eles, mas se os pudermos ter ao nosso lado...
Como a vida seria melhor pra nós.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Elza morcego

Tem coisas que só acontecem comigo mesmo.
Ontem a noite, antes de dormir, conversando com mh mulher, e reclamando que eu precisaria ser sócia da Intimus Gel, disse a ela que começaria a usar fraldas qualquer dia desses. E lembramos um fato meio que bizarro, mas como há de ser, hilário acontecido conosco.

Uma amiga nossa, arrumou uma namorada. Dizia ela que era linda e tal. Toda vez que ela dizia que uma mulher era linda, um arrepio negativo me subia a espinha. Vanessa era (era é só um modo de dizer, ela continua super viva) então, Vanessa era um bofe de respeito, e considerando a beleza Butch, pra quem gosta, ela sempre chamava atenção das Ladys.Uma amiga pra todas as horas, gente finíssima de ótimo papo.
Mas seu dedo era PODRE pra escolhas. Ou arrumava uma Puta, ou uma vadia, ou uma hétero que queria extorqui-la, ou uma que fugia com a ex, ou uma casada com Homem que fazia ela de amante pra pagar as contas, enfim... Só gente desse nível. E todas, claro, tão lindas quanto a Elza Soares. 

 
Ela nos convidou pro niver dessa nova namorada dela. passamos no mercado, fizemos umas compras pra levar e ao chegarmos lá, a “estrela “ da festa (festa em termos: eu , mh mulher, o irmão da Vanessa, a noiva dele e uma amiga da Vanessa) ainda não estava. Ficamos Batendo papo
E finalmente a namorada dela chegou do trabalho, essa conseguiu ser  hors concours no quesito Elza Soares. Mas era a cara e o cabelo em pessoa.
 Simpática, alegre e tal... a noite transcorreu bem.Apesar do medo de a Clone também querer cantar.

Até que a Noiva do Antonio, Irmão da Vanessa,  apareceu com um cachorro no colo. O Pobre coitado devia ter uns 15 anos de vida, sem pelos e sem dente, tremia todo, com os olhos arregalados.
Parecia um Morcego desnutrido.
Tive uma crise de riso enlouquecedora olhando pro cachorro. Ria tanto que me faltava o ar. A Mh mulher tentava me controla, mas quanto mais ela mandava eu parar, mais eu ria. A saia justa aumentou qdo me perguntaram do que eu ria. E aí, o que dizer? Eu já perdia as forças e quase me mijava e o morceguinho olhava mais ainda pra mh cara...



Juro que o cachorro era mais ou menos parecido com isso
Quando me recuperei a ponto de poder andar, pedi a Vanessa pra ir ao banheiro.
Pois bem, o ÚNICO banheiro da casa era no quarto dela. Já era tarde e tínhamos combinado de dormir lá, pq sairíamos cedo no dia seguinte todos juntos.
Quem me conhece sabe que sou hipertensa, e tomo remédio pra pressão, logo, muito xixi. 
 Já me bateu um desespero dali. Toda a graça do momento anterior fora se transformando em tensão. E eu e mh esposa ficamos pensando num jeito de eu poder me aliviar as várias vezes que o faço na madrugada.
Pensamos em tudo, desde a Penicos improvisados (onde eu jogaria depois?) a entrar no quarto dela de madrugada (e atrapalhar o namoro de niver?) até que uma de nós (nem lembro mais se eu ou ela) teve a BRILHANTE idéia de comprar fralda descartável...

(Mas, espera, não era pra usar a Fralda, era só pra fazer em cima, por causa do gel, sacou?)
Pois bem, inventei que meu remédio tinha acabado e eu ela saímos pela rua atrás de um farmácia 24h. Que por sorte era logo na esquina.

Agora realize a cena na sua mente: eu com esse tamanho de armário 3x2, tentando mijar numa fralda descartável de criança durante várias vezes na noite.
Passamos a noite em claro, pq cada vez que eu ia tentar fazer isso, a mh mulher ria tanto da mh cara, que a gente nem conseguia dormir depois.

Saímos do quarto de manhã, acabadas, com um saco de fraldas pra jogar fora, e ainda ouvimos piadinhas que a nossa noite foi BOA... ô , e como foi...

Mas tenho que confessar, que nem queria fazer propaganda, mas a Pampers está de parabéns... kkkkkkkkkkkkkkkkkk

domingo, 19 de junho de 2011

Arrancando do armário.




Lembrei essa madruga de como praticamente arranquei uma amiga do armário.
Eu a conheci no hospital onde trabalho. O fato ocorreu a pelo menos 7 anos atrás;
Trabalhava numa enfermaria clínica, e ela na cirúrgica. Praticamente em todos os meus plantões eu recebia a visita dela, portando nas mãos um presente: uma maca, com um paciente completamente chumbado.
(a mh enfermaria, além de clinica médica era aquela que reunia os pacientes finais de HIV e Câncer, quando ela me devolvia eles, após cirurgia, vc pode imaginar como era)
Enfim, esquecendo o momento negro da cena...

Vanda (nome falso ta? – me perguntaram o que é fictício, affff) sempre de calça jeans larga, (sim, podíamos trabalhar de jeans, mas com jaleco até o joelho) e tênis tipo All Star. Ela sempre chegava com sorrindo, como se trouxesse na mão um bolo de chocolate, brincando com todas as meninas (só as meninas) e ela tinha um “Carinho além do especial” pela minha enfermeira supervisora da época. Assim, a Vanda fazia questão de empurrar aquelas pesadíssimas macas, às vezes sozinha (hospital público não tinha maqueiro) só pra dar o ar da graça na mh enfermaria.

O tempo passou, e os comentários foram surgindo, a rádio jaleco tocava o seu pior veneno. E todos do hospital sabiam que Vanda tinha um caso com a enfermeira. Entretanto, eu havia percebido que não havia nada. Eu era uma das poucas que tinham o radar naquela época. Ambas eram Héteros.
 Embora eu não fosse assumida. Chamei Vanda para uma conversa, contei de mim, que era les, e que namorava já há algum tempo, e perguntei se ela era ou tinha vontade.
Ela ficou super ofendida, foi como se eu a tivesse acusado de assassinato em massa de velhinhas. Brigou comigo. Por fim, disse a ela que sábado iria a uma boate Gay com mh mulher, e SE ela estivesse disposta, ela poderia ir conosco.

Final de expediente. Lá estava Vanda na mh enfermaria, com seu costumeiro presente, faltando 10 minutos pra acabar o plantão :um paciente cheios de tubos e drenos e NO RESPIRADOR . Quem é da área sabe como isso faz vc querer virar o colega pelo avesso, enfiando a mão pela boca e girando pelo cu. (Ai ai ... PASSOU, momento ódio de enfermagem). AH, CTI lá era, ou é, Luxo para pacientes mais jovens ou sem doenças terminais

Enfim, Vânia, me chamou e disse:
- Eu quero ir, mas não sou Gay, quero só ver como é...

- Tá Bom! Eu acredito, Sapatão encubada. Isso foi o que eu pensei.mas responder, foi isso:
-Claro amiga, eu sei que vc não é, vc já me disse. Mas vamos dançar!

Na Plural, ainda estava meio vazia quando chegamos. Uma amiga nossa, a Claudia Duque (esse nome é real) era o show da noite pra quem queria namorar, voz e violão lindos. #MomentoTiete. Sentamos na fila do gargarejo, como de praxe, dada a nossa ligação com a cantora. E mh mulher dizia:
-Fica a vontade Vanda. Se vc não quiser, não rola nada pra vc.
- To bem, to bem (visivelmente deslumbrada com o mundo novo de mulheres lindas se beijando na boca e homens másculos, ou ursos se pegando, e com a boate cada vez mais cheia)

Eis que de repente uma menina chega na Vanda. Mh esposa e eu fazíamos coro:
 - Parte pra outra que essa é maior bagulho / - Essa é feia, tanta menina bonita na festa; (e algumas inclusive olhavam pra ela com intuito, mas a toupeira praticamente já tinha sentado em nossa mesa)

Ela respondia:
- Ihhhhhhhhhh gente, não vou ficar com ng. Nem gosto dessas coisas.

Viramos para frente, e ficamos namorando ao som das músicas que pedíamos a Claudia pra tocar.
Esquecemos de Vanda.
Quando lembramos alguns minutos depois, ela estava no maior amasso com a irmã do Dragão de São Jorge. Olhamos atônitas pra cena que víamos. Um misto de beijos e lambidas descompassadas, como se aquela fosse a última mulher do universo.
Imagina se ela fosse Gay, eu pensei... Realmente não devia ser. Se fosse tinha escolhido melhor...

A noite transcorreu assim: eu e mh mulher doidas para voltar pra casa e Vanda nos braços do filhote de rinoceronte com cutia. A Boate quase fechando e fomos expulsas de lá, mas não sem antes presenciar a troca de telefones e juras de retorno.

Vanda vinha atordoada no carro e nós dando gargalhadas da cara da “ex não gay”
Tão desesperada para pegar mulher, que nem reparou na carranca da figura.

E vc pensa que Vanda depois dessa teve jeito? Se eu contar (ainda vou contar) cada uma que ela já arrumou...
Amiga que amo de coração, mas ruim de escolher...

terça-feira, 14 de junho de 2011

Traumas de viagens

Você pode talvez estar se perguntando por que o título do Blog é LES Insone, se eu posto de dia. (ou talvez nem ligue, essa pergunta é coisa da mh cabeça mesmo, relaxa) .
Enfim, explicando uma coisa que às vezes parece que só eu quero saber, eu lembro a noite, ou de madrugada, mas o frio tem sido demais aqui no Rio, e não vou levantar da mh caminha pra digitar neste PC frio...

Essa noite perdi o sono por volta das 3h, e lembrei da mh viagem para Campos do Jordão com mh esposa.
Seria nossa primeira viagem para outro estado juntas. E também nosso primeiro Trauma.

A viagem tinha tuuuuudo pra dar certo (nem percebeu a ironia né?) Nós trabalhávamos juntas na mesma empresa; eu estava de férias. Nunca conseguíamos tirar férias juntas.
Até que ela passou mal (de verdade, não foi invenção) numa quarta feira, e ganhou do médico 7 dias de presente.
Na quarta mesmo já estávamos com tudo organizado, e resolvemos partir na quinta de manhã.
A Pobre coitada com uma diarréia desde quarta...

Na rodoviária fui descobrir que não tinha ônibus para Campos do Jordão Naquele dia.
- Como assim não tem ônibus?
Entrava eu em desespero no guichê da empresa de ônibus enquanto ela fazia a primeira visita ao banheiro da rodoviária.
Até que no setor de informações, me disseram que eu teria que pegar um ônibus a Taubaté, e de lá pegar um Ônibus a C.J.

Assim, logo depois da 2ª visita ao banheiro, embarcamos pra uma viagem de 5h num confortabilíssimo ônibus.
Chegando a Taubaté, o próximo ônibus a CJ só sairia em 3h...
Restava-nos sentar e esperar. A essa altura, e após algumas visitas ao banheiro da rodoviária. Entramos num caminhão de transporte de galinhas;
(sim, o ônibus era mais ou menos um daqueles caminhões que a gente vê as caixas de galinhas, amontoadas sobre as outras, e todas com os olhos esbugalhados de medo)

Mais cerca de 1h e meia e estávamos no nosso destino.

Não contávamos com uma chuva desgraçada que viria junto com a gente visitar a cidade.
Chegamos já a noite. E decidimos sair pra conhecer a cidade.
 Carioca em cidade calma = pagação de mico
Cada pessoa que se aproximava da gente de bicicleta, nosso coração batia desesperadamente com medo de assalto. E naquela noite, parece que todos os moradores resolveram sair de bicicleta, mesmo debaixo de chuva. Andávamos a passos apertados, morrrrtas de pânico.
Voltamos ao hotel e pedimos uma pizza, (MUITO mais seguro) , a melhor pizza de 4 queijos que já comi em mh vida.

Dia seguinte: mais chuva e mais forte. Ficamos o dia no hotel, batendo cabeça do que fazer.
Passamos o dia jogando banco imobiliário. O frio no quarto era glacial, mas não queríamos passar vergonha, e não pedimos pra ligar o aquecedor.

3º dia: a chuva não parava e o frio aumentava. Liguei na recepção e pedi pra ligar o aquecedor. E assim seria feito.
O Frio não passava, o bicho não aquecia, e nós nunca tínhamos visto um daqueles antes, liguei de novo:
- Moça, já liguei, daqui a pouco esquenta
Saíamos pra dar uma volta na cidade voltávamos molhadas e com frio, e com um aquecedor “ligado” que era mais fácil dormir no freezer

4ª dia: mais chuva, mais frio mais tédio. Até que caiu do céu um panfleto de um guia turístico, liguei pra ele, e finalmente fizemos alguns passeios.
Morro do elefante: termômetro marcando 5°C, com uma garoa cortante...
Além do elefante e das duas antas aqui, não víamos mais nada. Teleférico?? ? O que é isso?
Tiramos fotos e mais fotos, de muita chuva e terra molhada.
Não vimos nem um esquilo sequer, que é o símbolo da cidade,
Eles deveriam estar quentinhos na sua toca.

Voltamos mais molhadas, agora já gripadas ao hotel.
Papai Noel dormia na nossa cama só de meias. Tamanho era o frio.
Entornamos 2 garrafas de licor de chocolate que eram de presente pra espantar o frio.
eu dormi abraçada com Rudolf (a Rena do Nariz vermelho) e mh esposa com o Papai Noel.

5ºdia
Mais uma vez, liguei pro inferno da recepção, e finalmente o idiota que lá trabalhava percebera o defeito do treco,
Mandaram um aquecedor portátil.

E sentamos tal qual aqueles filmes, assando marshmallows na fogueira.
Nossa roupa pendurada em cadeiras perto do aquecedor, pra secar, e nós éramos o retrato da felicidade, secas e quentinhas.

Nem saímos.
FOI O MELHOR DIA DA NOSSA VIAGEM



6º dia, e eis que abre um sol maravilhoso, os termômetros marcam 24°C, , e nós?
Preparadas pra ir embora...
*
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Paixonite crônica

O amor deixa a gente retardado;
Aquele sorriso demente, e aquele olhar besta que parece que grudam na cara da gente sem percebermos.
As vezes penso num espelho quando mh mulher chega perto de mim, depois de um dia inteiro, e imagino a mh cara de síndrome de Down autista. Penso como estou sendo ridícula, na frente dela.
Mas daí ela abre um sorriso lindo.
E eu consigo ficar mais retardada ainda...

Isso em casa.
Pense como não é na rua? Dezenas de pessoas olhando pra mh cara de deficiente mental com câimbra, e eu nem aí pra elas, tamanha a felicidade de ver mh mulher.
Eu me sinto uma criança que acabou de ganhar o presente esperado do papai Noel. Mesmo depois de 9 anos juntas.

Hoje conversando com uma amiga-Aurélio, (dessas que sabem tudo de tudo) pelo MSN.
As palavras dela estavam tão adolescentes, o português dela tão próximo do “normal”, que logo vi a paixão nela.  
Aliás, depois desse recado que recebi, nem tinha como não perceber...
A paixão nos tira do sério, dá borboletas em nossa barriga e cócegas em nosso cérebro. Vc já se sentiu assim?
Mesmo depois de amar loucamente alguém?
E depois de tantos anos juntos? Ainda sente-se assim?
Eu me sinto...

Esse elefante parece com alguém... kkkkkkkkkkkkkk se falar que é comigo, perde a amizade viu?

*
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sábado, 11 de junho de 2011

VAMOS VIAJAR?



Eu já inicio o Blog pensando na Angela... em como ela me faz rir...
Calma, calma... quem me conhece, sabe que mh mulher não se chama angela.

Angela é uma amiga virtual que tem ótimos comentários e ótimas pérolas, e passamos parte do dia virtual rindo de nossa vidinha LES-hilária, afinal, fofoca é das mulheres, sendo elas Les, ou não...
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CONTAREI MINHAS AVENTURAS DE VIAGENS...

Nossas viagens (minha e de mh esposa, já pode esquecer a Angela, OK??)  são sempre as mais loucas, lógico, vindo de mim, como não ser cômico?
nossa vida é passear e viajar.
nossa primeira vez foi numa viagem. em MG. Um professor meu sempre dizia:
- Bebê, vcs já namoram, só não beijam na boca... 
 
e ele nos convidou para dar uma palestra com ele, na Petrobras em MG, uma viagem de 2 dias com tudo pago e 2 pessoas por quarto. Ele felicíssimo com a possibilidade de nos fazer desencantar ía no carro sorrindo de orelha a orelha. (fomos seguir a viagem em 2 carros).
Chegamos a MG a noite, e como de praxe fomos recebidos pela deliciosa comida mineira. O grupo inteiro foi jantar e conversa vai, vem, muita bebida, e eu estressada, pq a gentenada de subir pro quarto. até que resolvi dar um jeito nisso: 

- Ai.. essa comida não me fez muito bem...
- E nossa... como essa comida pesada dá sono.

Subi pra e deitar, e cerca de 15 minutos depois mh amiga (hj mh mulher) chegou no quarto.

era nossa 1ª vez com mulher. NUNCA tínhamos sequer pensado niso. Fazia um frio de 6º, o que para nós, cariocas, era quase o Alasca. Pra completar o quadro trágico da situação, fazia apenas alguns dias do nosso primeiro beijo e este não havia passado até então dos amassos mais simples.
Começamos a (tentar) namorar:

cotovelada no olho
joelhada na cara
costas na parece
Dedo no olho (da cara!! olha o respeito)
 

o sexo, que até então ainda nem tinha começado, parecia uma luta de judô. A única coisa que eu conseguia fazer era chegar aos seus seios. Mais que isso, ela me empurrava, e invariavelmente ela me empurrava e acertava a mh cara, ou me derrubava.

Resolvemos então por ambos colchões de solteiro no chão. E lá fomos nós. Conseguimos transar, superando a vergonha de estar a 1ª vez com outra mulher. E tirando os arranhões, e hematomas, a gente se saiu bem..

até que...

deitadas no chão, super a vontade, lá pelas 3h da madruga. Nossa colega de viagem bate no quarto, com uma xícara na mão, pedindo açúcar. (sim, ela fez isso) 

Imagine a correria para tirar os colchões do chão e devolver a cama, Mh mulher se vestiu com a velocidade de um ninja, quiça de um mágico após soltar a nuvem de fumaça.
EU, claro, sempre a retardada, saí correndo com as roupas na mão pro banheiro. e eis que ... TOMO UM TOMBO, e arrasto a cara na porta que deveria ter aberto para mh colega.
POr fim, entro no banheiro e escuto mh esposa abrir a , tentando simular um sono de horas a fio; a Talita, fez a graça que tinha que fazer, saiu do quarto bêbada feito um gambá, levando na mão um rolo de papel higiênico dizendo que iria adoçar o café.

No dia seguinte, dei uma palestra pra 300 homens (nem uma mulher que fosse além do grupo levado pelo professor) com o Nariz parecendo uma beterraba

E essa foi só a primeira viagem... a medida que o tempo passa, NÓS CONSEGUIMOS TER MAIS PROBLEMAS.

depois eu conto mais


sexta-feira, 10 de junho de 2011

inclusão digital


Acho linda a auto-estima das pessoas. Algumas são dotadas de um amor próprio tão exacerbado, que ficam com verdadeiros problemas de visão... Como na máxima: o amor é cego.
Cada vez que abro a página do meu Orkut ou facebook, fico apavorada com a quantidade de fotos que as pessoas postam. Além disso, se não bastassem aqueles álbuns com 453 fotos do “1º dentinho da aninha”, divididas em 5 interessantíssimos álbuns, me deparo com as fotos do tipo: “eu” ou “eu sou o máximo” ou mais ainda: “eu sou foda”

É uma infinidade de caras e bocas, tão sem noção, que me lembro de um paciente: “será que essa pessoa não tem família pra avisar que essas fotos estão horríveis?” (dizia o Luis)

E assim é verdade, como a criatura não tem ninguém pra dizer que ela está parecendo o darth vader sem a máscara??

As vezes penso que essas pessoas estão concorrendo para sites tipo: os piores do Orkut, ou as pérolas do Orkut.
Raras vezes vejo algo que realmente possa me interessar nos álbuns alheios.
Não que as 782 fotos do passeio na casa da vovó não sejam interessantes pra mim... mas, se elas fossem apenas 15, ou 20, certamente eu iria ver e até comentar como seu filho é lindo (mesmo que seja um cruzamento de javali com uma toupeira)

Definitivamente a inclusão digital é o mal do século. E acaba criando uma matemática pavorosa:
Pessoa sem noção + máquina digital + inclusão digital = Mico na certa

Repudio um pouco essa prática de fotos pessoais assim desse tipo na net, mas se vc se ama, tudo bem. Apenas um conselho: pq não observar bem as fotos antes de posta-la?
 Imagine-se sendo o centro das atenções das minhas gargalhadas matinais.
E pense bem.




quarta-feira, 8 de junho de 2011

Momento relax...


Nada como compras pra acalmar uma mulher, certo?









ERRADO
Pelo menos para mim...

Loja de roupas íntimas, eu (com pinta de Bofe) escolhendo uma cueca, a vendedora fala:
- é pro seu marido?
- não
-namorado?
-não
- pro seu irmão?
- não
- pra dar de presente a um amigo? (terceiro não era  a deixa para ela ficar calada)
- não, é pra mim. Sua MÃE me pediu pra comprar pra eu usar quando fosse no motel com ela.



Loja de roupas femininas
(Momento 1)
- Eu queria aquela blusa da vitrine
- olha, só temos o tamanho P
- querida, eu vou levar
- embrulha pra presente?
- Não... Me dá aqui que vou sair vestida com esse decote em V, tamanho P, sobre a mH camisa de malha.


(momento 2)
-é pra você?
- não
- pra sua irmã?
- não
- pra sua mãe?
- Não gata, era pra você! Gostou? Quer sair comigo essa noite?



Loja de roupas masculinas
- bom dia quero aquela camisa da vitrine
- qual o tamanho dele?
- é pra mim
- ok. Vou buscar


(Não sei por que, mas nas lojas masculinas me sinto muito melhor) 

*
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kit anti-homofobia


A escola é responsável por grande parte da formação do ser humano. Seja ela moral, social ou psicológica.
Com base na luta contra a homofobia, O governo Federal, através do MEC, teve por idéia criar o
KIT ANTI-HOMOFOBIA.
Que foi de forma ignorante repudiado pela bancada católica e evangélica no senado, sendo por eles chamos de kit - gay
Apesar da escola ter grande responsabilidade na formação de um indivíduo, seu conteúdo programático ou informativo, não tem, de forma comprovada, capacidade de modificar a orientação sexual de uma pessoa.
Caso isso fosse possível, Pais Gays, gerariam obrigatoriamente filhos Gays. O que temos vários exemplos de filhos de pais ou mães gays serem héteros.
Não crio que uma cartilha informativa possa influenciar na sexualidade de uma pessoa. Entretanto, as pessoas têm o direito de discordar, embora isso me afete diretamente.

Ser lesbica, bi, gay, transex ou travesti não se aprende em livros, em internet ou em palavras.
A sexualidade está em cada um de nós.
Nascemos pré condicionados a seguir ou não um padrão.
Ou simplesmente o destino, como foi meu caso. A sorte de encontrar o amor numa pessoa do mesmo sexo.

Nossa vida, apenas nós decidimos.
Não será um pedaço de papel ou um vídeo de internet que mudará nosso pensamento.
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terça-feira, 7 de junho de 2011

Passeio de quarta a tarde...

Hoje eu vou ao médico

Pois é mais um médico pra dizer que estou gorda, que tenho que emagrecer...
¬aí olho pra cara do caboclo que parece um armário duplex com 18 portas... Uma barriga que serve de mesa... e penso: se emagrecer fosse fácil assim o srº seria o visconde de sabugosa né?

Affff

Médicos são sempre uma “aventura” pra mim...
Minha ginecologista me conhece há anos, a mim e a minha mulher.
No começo entrávamos sozinhas na sala dela. Com o tempo e a intimidade, eu e mH esposa entrávamos juntas, sob os olhares curiosos de recepcionistas e demais pacientes.
Assim passávamos horas lá dentro.
mH médica Linda... um amor, sempre chama a gente de florzinha, fala com um jeitinho tão carinhoso que me faz pensar que mhs gordurinhas (modo simpático de dizer) são literalmente “fofas”

enfim, passei mal dia desses e fui a emergência.
Pense na cara do médico qdo me viu de cueca. Eu, que nunca sei ficar com mH bioca fechada, perguntei:
- Drº pense em mim com esse tamanho todo, com essa cara de bofe e usando um fio dental... a Cueca não é bem mais viável?

ele não sabia se ria, eu se raxava a cara de vergonha... e eu fiquei com mais dor na barriga de tanto rir da cara dele.
Estou melhor, mas acho que o médico vai contar a minha história por muitos anos ainda....

segunda-feira, 6 de junho de 2011

HIPÓCRITAS




A hipocrisia é o ato de fingir ter crenças, virtudes, ideias e sentimentos que a pessoa na verdade não possui. A palavra deriva do latim hypocrisis e do grego hupokrisis ambos significando a representação de um ator, atuação, fingimento (no sentido artístico). Essa palavra passou, mais tarde, a designar moralmente pessoas que representam, que fingem comportamentos.


Parece requisito mínimo para a vida social.
Por que a maioria das pessoas que conheço é dotada de um censo hipócrita exacerbado?
Incapazes de serem felizes por seus próprios meios, próprios atos, suas próprias razões.
Tudo tem que vir de outro alguém. Hoje em dia , ninguém parece ser capaz de ser feliz sozinho.

Hipocrisia... mal do século que corta a carne e arranca dos seres o que eles tem de melhor, transformando no que as pessoas são hoje: apenas resto da sua melhor parcela.

A gente vê de tudo num grupo onde deveria pairar somente a igualdade, onde todos são igualmente jogados à margem de nossa sociedade: os GLBT.
Infelizmente, após tantos momentos de exclusão vividos pela maioria dos GLBT, eles parecem se vestir de uma armadura, incapaz de ser quebrada.
Vejo tantos Gays, lesbicas, bi e Trans usarem de uma arma muito cruel: a Hipocrisia.A falsidade
A fim de sobreviver a esse meio hostil.

Mas nunca pararam para pensar como seria melhor se essa carapuça fosse despida.
Se o peito fosse aberto, rajado de sol, e das cores do arco íris, tão famosas da nossa bandeira de luta.

Por que não amar sem rodeios? (TODO MUNDO QUE VC SE RELACIONA ACHAM QUE VC COME OU É COMIDO, NUNCA PODE APENAS GOSTAR) 
Por que não ser amigo?(amigo, não só pra sorrir, mas pra estar do lado nos momentos difíceis)
Por que não poder ter um sentimento nobre por uma pessoa?

Por que não falar (sim, falar na cara, na careta, na lata) o que incomoda?
Conhecer os defeitos e a partir daí ver o melhor caminho a tomar com a pessoa em questão...

Qual a dificuldade em se dizer o que pensa? Qual a dificuldade em poder discutir um padrão, um comportamento?

Infelizmente não sei...

E pelo visto raras pessoas no meio em que vivo podem me dizer...

Quando eu perder a capacidade de indignar-me ante a hipocrisia e as injustiças deste mundo, enterre-me: por certo que já estou morto.

Lésbica de Táxi


Ser lésbica implica em vários momentos hilários. Eu protagonizei vários.

Logo no começo do meu namoro, eu não tinha carro, éramos recém saídas da adolescência. E o desejo falava cada vez mais alto...
Ficar de amassos em casa não era muito viável.
Decidimos então encarar um táxi pro motel.
Ah claro... muito simples, entrar num táxi, sentar e pedir : - moço me deixa no mirante.
Simples assim!

Pra vc que lê....

Passamos diversas Fases....

1º desfio: esperar um táxi filmado (com a famosa película escura insul film® )
    Quase 1h parada esperando um táxi escuro... qdo dávamos sinal, ele passava reto, pq estava muito em cima.
     Decidimos pedir numa cooperativa.  Mais 30min esperando....

2º dentro o Táxi: o motorista parecia que era irmão mais velho da Dercy Gonçalves.
       Ele olhava para nossa cara pelo espelho, um silêncio mortal fez-se no carro até que ele fez a pergunta tão cruel quanto empurrar um carrinho de bebê pela escada: - Pra onde vamos?
3º a falta de palavras: de repente fui acometida por um mal súbito de falta de palavras, uma gagueira louca, tosse pior que de tuberculoso.... até que saiu:  -vamos ali pra rua do Mirante....
4º o silêncio e a troca de olhares.... 30 minutos intermináveis de corrida.
5º a chegada : quando estávamos na rua do motel ele perguntou,  (agora ele acabou de chutar a cabeça da criança que caiu da escada) – qual o número?
- moço, entra no motel...
- QUE?????/
- É entra no Motel...
- como assim moça?
- OLHA, SE O SENHOR PASSAR DIRETO EU NÃO VOU PAGAR A CORRIDA!!!!!!!!!
6º A Recepcionista: a cara do diabo de saia olhando para dentro do carro... pq essa infeliz tem que olhar tanto pra dentro do carro? E se eu quisesse trepar com uma Hiena? Ela teria alguma coisa a ver? 
          Pois bem, disse a ela:  - quero uma suíte com GARAGEM, pra ele me deixar lá em cima e não ter outros idiotas como vc olhando pra mH cara....
 7º entramos.... vc acha? Não.. ainda não conseguimos entrar.... A chave que a demente do diabo de saia me deu, não passava na porta
      Volto eu, soltando fogo pelas ventas, bufando de ódio e chego na recepção:
       - amorzinho, a chave que vc me deu, não é a da porta da mH suíte....
  Ela me deu a certa... volto pela rampa dos carros.... e os casais entrando, todos olhando para a minha cara vermelha de ódio.



Finalmente entramos.... e .... CAÍMOS NA GARGALHADA... HORAS A FIO.... 


Namorar ? só beeeeem depois....
Kkkkkkkkkkkkkkkk

Depilação

Existe alguma condição pré definida de que quando nos tornamos lesbicas nossos pelos começam a crescer de forma indiscrimida? 

hj é dia da sessão de tortura....  Mulher é um bicho estranho... PAGA para sofrer....

depilações tormentas, escovas intermináveis, esfoliações, filhos.... 



Tem dias que eu me sinto assim: 
Não sofre na Depilação nãopra ver se não fica assim..... kkkkkkkkkkkkk





Eterna Rainha do Mar

Essa noite tive um sonho que me fez sair da cama as 3h da madrugada, numa noite fria, muito fria, em que qualquer ser normal estaria debaixo de pelo menos 1 edredom. 

Sonhei com uma amiga, uma antiga professora de escola. Alguém que foi extremamente especial para mim... e fiquei me lembrando dela, e de tudo que passamos.

1997 – eu na escola , cursando o técnico em enfermagem. Grupos formados, amigos de escola unidos como unha e carne. Eu, sempre a nerd melhor aluna, mas independente disso, eu também era a aluna problema. A agitadora, a mentora dos levantes escolares...
Nesse ano fomos apresentados a uma professora nova.
Praticamente tão jovem quanto nós.
Iara (nome fictício) era uma criança grande. Boa, brincalhona, levava balas... e ensinava a enfermagem para nós de um jeito novo, (muito melhor que a professora velha de microssaia se achando a gatinha adolescente) Ou seja, Iara logo tornou-se nossa preferida.
E eu, a aluna problema fiquei tão sua amiga, que cheguei a acalmar meus dias de rebelde sem causa.
Nós fazíamos tudo juntas, desde a cortar cabelo a comprar as coisas para o casamento dela. Unha e carne.
Eu, apenas 13 anos, e ela por volta dos 24/25 anos.
Iara se preparava para casar. Eu conheci o marido dela... eu passava dias e dias na casa dela.
Nossa amizade foi crescendo tanto e inexplicavelmente que a gente não passava um dia sem se ver.
ela casou. E se mudou pro centro do Rio. Continuou dando aulas, mas nossa amizade, claro, foi diminuindo.
As coisas na mh memória são meio turvas daquela época. (a gente percebe a idade chegando por aí) .... Me lembro de um belo dia , a Iara chegando a escola, e sem dó, nem piedade da rebelde sem causa, pôs o dedo na mh cara e dizia:
-você não vai destruir meu casamento. Vc não vai mudar a minha vida.
(e ela entrou na sala do diretor e pediu demissão)

Como assim? O que eu fiz? O que eu tinha feito? 

Passei dias tentando falar com ela. A Iara sumiu da mH vida.
Eu fiquei sem entender... a Impressão que tenho até hj, é que ainda estou sentada no mesmo banco onde ela falou comigo, sem entender.

Cerca de 3 meses depois do casamento dela, fiquei sabendo que ela havia largado o Marido (e ela ainda casou virgem) pra se mudar pro interior de MG. E morando com uma mulher.

mH cabeça de criança ainda (sim, há 10/15 anos atrás, meninas de 13 anos ainda eram crianças) não entendeu nada. E eu fiquei perdida no tempo.

Anos mais tarde, exatamente 5 anos mais tarde, conheci o amor da mH vida, e “virei” lésbica.  (como assim virou? Vc meu leitor imaginário deve estar se perguntando.... mas isso eu conto em outro post esquizofrênico)

E olha que mesmo com Iara na mH vida, eu nunca tinha pensado em ficar com mulheres...
Isso só aconteceu mesmo bem depois... quando conheci o único e verdadeiro amor da mh vida


Esquizofrenia virtual


Tenho 28 anos, com uma carga de vida que me pesa as vezes...
Muitas vezes eu conto as minhas histórias e as pessoas sempre perguntam: Mas por que vc não escreve um livro?
Confesso que meus milhares de centenas de memórias dariam realmente um livro.
Mas um livro quem vai ler?
Pensei num Blog....
E um Blog? Quem será que vai ler?
De repente ninguém... mas daí eu fico aqui com minha esquizofrenia virtual, falando sozinha, esperando alguém pra me ler, vou dividindo minhas histórias com meus leitores imaginários

Sem seguir um roteiro, sem seguir uma planilha, apenas vou aproveitando as minhas noites insones e contando minhas histórias.

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